Estudos da taxonomia onda verde
Leitura e compreensão dos documentos internos e públicos produzidos recentemente pela CV visando a melhor compreensão do ecossistema de soluções verdes no Brasil.
Uma fotografia do ecossistema da inovação verde brasileira, trazendo análises estatísticas, tendências e recomendações para o seu desenvolvimento
ExplorarO Mapa do Ecossistema Onda Verde 2024 é a segunda publicação da coletânea Onda Verde Insights e tem como objetivo fornecer uma fotografia do ecossistema da economia verde brasileira, trazendo análises estatísticas e insights para o seu desenvolvimento.
O estudo busca mapear o estágio atual do ecossistema verde no Brasil, explorando oportunidades e demandas para fortalecer uma economia sustentável. Realizado a partir de dados da Plataforma Onda Verde, o relatório combina análises quantitativas e qualitativas de 928 organizações, destacando as necessidades e os desafios para a inovação verde.
Estes são os parceiros que apoiaram a chamada nacional para o mapeamento da coletânea Onda Verde Insights:
Esse trabalho visa:
Disponibilizar ao mercado análises estatísticas sobre os atores que compõem a economia verde, a exemplo do número de organizações ofertantes de soluções verdes, seus setores de atuação e suas demandas.
Fornecer estimativas do volume de capital disponível para financiar soluções e negócios de impacto socioambiental e climático, em comparação com o volume de capital demandado por essas iniciativas.
Oferecer subsídios, por meio de análises quantitativas e qualitativas, para orientar o desenvolvimento de políticas públicas alinhadas com a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, em inglês) brasileiras e o Plano Clima. Além disso, promover mecanismos de apoio a negócios verdes.
Leitura e compreensão dos documentos internos e públicos produzidos recentemente pela CV visando a melhor compreensão do ecossistema de soluções verdes no Brasil.
Por meio da Plataforma Onda Verde e suas redes colaboradoras, todo o ecossistema de organizações que atuam na economia verde foi convidado a responder um questionário online, autodeclarado, com até 90 questões voltadas para compreensão das organizações, papéis, ofertas, demandas e desafios.
A partir de leitura de estruturas do estudo A ONDA VERDE e das análises de questionários do Mapa de Negócios de Impacto Ambiental, realizado pela Pipe.Social, e da Base de Impacto (Pipe.Social + Quintessa), foi construído a muitas mãos um formulário que estruturou a chamada para o mapeamento do ecossistema nacional de soluções verdes.
Foram realizadas 15 entrevistas em profundidade, de 1h, com especialistas nacionais e internacionais nos temas da economia verde, clima, mercado brasileiro e negócios de impacto.
A base utilizada para este Mapa foi a da Plataforma Onda Verde, totalizando 928 organizações. Dessas, 493 responderam ao Mapeamento Onda Verde, fornecendo dados adicionais sobre diversidade no perfil das lideranças mensuração de impacto e volume de financiamento demandado e/ou ofertado. Todas as informações foram organizadas e analisadas, por um time especializado, para produção dos destaques, insights e visões de tendências deste relatório.
Seção destinada a caracterização geral do ecossistema, a partir dos dados das 928 organizações que atualizaram seus perfis na Plataforma Onda Verde de agosto de 2023 a outubro de 2024. Com isso, conseguimos compreender informações como:
53% das organizações da amostra estão concentradas no Sudeste, especialmente em São Paulo, onde há maior oferta de recursos financeiros e apoio institucional. Entretanto, o Norte, com a região amazônica e em especial o estado do Pará, representa uma parte importante do ecossistema, evidenciando o crescimento da bioeconomia e o interesse crescente na área.
“A COP30 coloca o Brasil no centro das atenções climáticas globais, e temos a chance de provar que somos mais do que um cenário para debates: podemos liderar. Desde que o país, junto com 92% do PIB global, adotou a meta de emissões líquidas zero, abriu-se um enorme potencial para inovar em setores estratégicos — dos maiores emissores, como uso da terra e agricultura, até resíduos e bioeconomia. Para que essas oportunidades se concretizem, é preciso acelerar o ecossistema de inovação verde…
Primeiro, conectar os atores desse ecossistema ao capital paciente e até mesmo concessional, por exemplo, o Fundo Clima. Com R$ 10 bilhões disponíveis, o Fundo Clima tem o potencial de chegar rapidamente a iniciativas de alto impacto, priorizando tecnologia e soluções práticas para a bioeconomia e a transição energética. Transparência e agilidade nos repasses são cruciais para transformar potencial em resultados.
Segundo, olhar para o Norte. A bioeconomia amazônica não pode ser só discurso. Os estados da Amazônia já são protagonistas em soluções e experiências de políticas públicas, mas precisam alinhar incentivos fiscais e priorizar infraestrutura que deem suporte a startups e negócios sustentáveis. A região tem tudo para atrair investidores globais e se destacar como polo de inovação na COP30.
Por fim, transformar a COP30 em uma vitrine de soluções brasileiras. Negócios locais precisam de apoio direto para se conectar a mercados internacionais e mostrar que o Brasil não apenas fala, mas entrega. Liderança climática é sobre agir, e o Brasil tem o que o mundo quer: inovação, natureza e a chance de ser um catalisador real na transição verde e resiliente.”
Neste recorte, fizemos um mergulho nos dados de 493 organizações do ecossistema que, em 2024, responderam questões ligadas a dados financeiros, recursos disponíveis e à diversidade. A análise trata dos dados, assim como da escuta de especialistas do setor que nos trouxeram leituras sobre a dinâmica de oferta, demanda e tendências para soluções verdes.
81% das organizações indicam a necessidade de apoio financeiro, com preferência por doações, e uma significativa lacuna para linhas de crédito e capital de risco.
IMPORTANTE: Os dados levantados de financiamento levam em conta organizações que se consideram ofertantes de soluções, o que incluem não só negócios e cooperativas, mas também dinamizadores do ecossistema, consultorias e outros modelos de organizações que captam altos recursos e que têm braços ofertantes de solução em
sua estrutura ou repassam esses recursos para quem opera na ponta. Analisando os volumes de financiamento acima de R$ 100 milhões, observamos muitos desses perfis. Por outro lado, os 33% que nunca captaram recursos são, em sua maioria, startups e PMEs
No recorte aprofundado dos dados, é possível fazer algumas leituras entre demanda dos ofertantes por tipo e volume de recursos versus o que os financiadores estão oferecendo no mercado. Por um lado, a maior parte dos atores do ecossistema parece ter expectativa de captar dinheiro ou financiar soluções por meio de doações (67%, ofertantes; 52%, financiadores). Há mais disparidade entre o desejo dos financiadores de trabalhar com empréstimos (38%) e a demanda dos ofertantes (29%).
42% dos investidores não declaram seu ticket médio. Indicando uma falta de transparência em relação aos valores médios de doação que limita a convergência entre recursos disponíveis e necessidades das soluções verdes.
“Os maiores obstáculos para escalar o financiamento de soluções verdes estão na incorporação quantitativa dos fatores ambientais e sociais nas análises de mercado. O processo de conscientização já aconteceu e foi bem-sucedido – grande parte do setor reconhece esses fatores. No entanto, transformá-los de qualitativos em quantitativos ainda é um desafio que gera barreiras para integrá-los em modelagens e estratégias de negócio….
Além disso, há um desafio na formação do capital humano. O mercado financeiro ainda possui um perfil homogêneo em termos de antecedentes acadêmicos e formação, o que dificulta a absorção de saberes interdisciplinares. Temos poucos climatologistas, engenheiros ambientais ou florestais atuando diretamente nas operações financeiras, o que agrava a dificuldade de incorporar esses fatores de maneira estruturada.
Outro entrave crucial é a ausência de tecnologia apropriada para quantificação de riscos climáticos e naturais. Ainda não há metodologias robustas que reflitam o impacto da elevação de temperatura sobre ativos e infraestruturas, impedindo a precificação adequada desses riscos. Se isso fosse resolvido, o custo de capital naturalmente refletiria a performance socioambiental dos ativos, favorecendo aqueles com uma resiliência a mudanças climáticas mais elevada.”
“Acelerar a transição para uma economia verde é uma questão de sobrevivência econômica e ambiental.
A inovação climática é o motor dessa transformação, mas para que esse processo ganhe escala, o conhecimento qualificado é fundamental…
… Investidores e empresas precisam de informações claras sobre as oportunidades e os riscos desse novo cenário. Sem dados sólidos, não é possível alocar recursos de forma eficiente, identificar soluções escaláveis ou garantir que as inovações climáticas atinjam seu potencial máximo. O Brasil, com seu vasto potencial em bioeconomia e soluções baseadas na natureza, está em posição de liderar esse movimento global. Mas, para isso, é essencial fomentar o acesso a conhecimento e insights de mercado que guiem essa transição de forma ágil e segura.”
Convidamos todos os atores do ecossistema da economia verde a se unir a nós nesta jornada, colaborando para impulsionar o Brasil à liderança global na transição justa para uma economia regenerativa e sustentável.
Daniel Contrucci
Ricardo Gravina
Ude Lottfi
Amanda Magalhães
Jaqueline Nichi
Mariana Fonseca
Rafael Oliveira
André Albuquerque Sant’Anna, Felipe Vignoli, José Pugas, Liz Lacerda, Lucas Ramalho, Lygia Anthero, Maria Laura Florido, Natalie Unterstell, Osmar Bambini e Pedro Zanetti
Fabio Issao
Thais Felix
Pedro Correia
Rainete Sampaio
Caio Couto
Tânia Lins
Luiz Teodoro de Souza
Trabalhamos em colaboração com organizações e instituições comprometidas com a agenda climática e o desenvolvimento sustentável, incluindo:
Esses parceiros desempenham um papel crucial no desenvolvimento e implementação das soluções e análises apresentadas pelo OV Insights.